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Biomas: nordeste e reinvenção



Já falamos bastante sobre a Biodiversidade brasileira. É algo notável, e capaz de chamar a atenção mundialmente. Diante da extensão territorial do nosso país, ocorrem alterações climáticas, e diversidade biológica próprias através de funções condicionantes locais como relevo e solo. A esses grandes ecossistemas terrestres e regionais, onde ocorrem fauna e flora mais semelhantes, dá-se o nome de bioma, e no Brasil ocorrem, inclusive, diferentes biomas. São eles: floresta pluvial equatorial, a Amazônia, mata atlântica, caatinga, cerrado e pampa.

Você sabia que a caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro? Extremamente presente em 8 estados nordestinos do Brasil, sendo eles Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Maranhão, Alagoas, Pernambuco, Sergipe e Bahia, e somente o estado de Goiás apresenta o cerrado como característica principal. Compreende, dessa forma, cerca de 70% dessa região, e 11% do país inteiro. É válido ressaltar que a flora e fauna encontrada nesse bioma compreende alta complexidade, diversidade e adaptabilidade.


 

ADAPTAÇÕES VEGETATIVAS NA CAATINGA


Segundo a Embrapa, a Caatinga é bastante diversificada, compreendendo cerca de 1900 espécies de plantas conhecidas e catalogadas. Apresenta esse nome, origem tupi-guarani que significa "floresta branca”, como uma alusão ao período da seca, onde as folhas dessa vegetação geralmente caem ou são modificadas. A principal característica desse bioma é a adaptação climática dos animais e principalmente das plantas.

Através de grandes períodos de estiagem, tempo seco, altas temperaturas e pouca disponibilidade de água do clima semiárido, a flora desenvolveu mecanismos de sobrevivência frente a essas limitações. Por esse motivo, é comum encontrar vegetação com árvores baixas, troncos tortuosos e que apresentam espinhos. As folhas costumam cair em longos períodos de estiagem para evitar a perda excessiva de água através da respiração, bem como diminuir o uso de energia e a ocorrência de processos fotossintéticos. Por vezes, as folhas também são adaptadas (é o caso dos cactos, como por exemplo o mandacaru), para evitar a sudação, e os espinhos ajudam a evitar que predadores se alimentem de partes da planta. Outras características adaptativas importantes são a grande capacidade de armazenamento de água no interior das plantas e de produzir nutrientes e realizar fotossíntese mesmo não apresentando folhas.


Incrível, não é mesmo?


 

BIODIVERSIDADE E REINVENÇÃO


As características individualizadas e particulares da Caatinga fazem com que o bioma abrigue espécies únicas e que podem ser exploradas, trazendo grande valor econômico ao território. O estímulo do uso sustentável dos produtos da natureza traz benefícios para o bioma em prol da economia e desenvolvimento social e cultural local das comunidades associadas.

A utilização de plantas, folhas e flores da caatinga produz produtos como polpas de frutas, licores, doces regionais, ceras e componentes medicinais, os quais fortalecem a economia local e impulsionam o desenvolvimento econômico regional. Um bom exemplo de aproveitamento de frutos da caatinga é o caju. Esse fruto apresenta grande potencial econômico e, mesmo o cajueiro sendo endêmico da caatinga, seus produtos são conhecidos no Brasil e também mundialmente. O valor de produção anual gira em torno de 6 milhões de reais. A castanha do caju apresenta altíssimo valor nutricional e é rica em polifenóis e carotenóides que ajudam a combater radicais livres e retardar o envelhecimento. São, assim, uma ótima opção em preparações funcionais na promoção da saúde.

A polpa e a semente já são superconhecidas, mas é a partir de novos subprodutos que a bioeconomia está realmente presente nesse contexto. A inovação perante a criação de outros produtos a partir da natureza permeia a exploração de novos mercados através do aproveitamento total de alimentos e de pesquisas. Um exemplo é a utilização das fibras vegetais presentes na polpa do caju para o desenvolvimento de carne vegetal, hambúrgueres e queijos. A indústria plant based tem crescido exponencialmente em busca de tecnologias que atendam a esse mercado próspero que transpõe interesses sociais e ambientais em comum.


Dessa forma, fica clara a possibilidade de utilizar a biodiversidade na promoção de novas fontes de renda, produtos e tecnologia. As características particulares e individuais territoriais em um país tão vasto como o Brasil favorecem a obtenção de diferentes produtos que geram oportunidades locais através de novos negócios, principalmente para pequenos negócios e negócios em ascensão.


E você aí, tem utilizado a biodiversidade da sua região ao seu favor e à favor da sua comunidade? Conta pra gente!

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