O que é Bioeconomia?
Muito se tem falado sobre sustentabilidade e meio ambiente na indústria. A verdade é que, por muito tempo, o desenvolvimento sustentável não acompanhou o desenvolvimento econômico por um motivo muito simples: pouco era discutido e praticado nesse sentido. A priorização era a obtenção de lucros, a produção rápida e crescimento exponencial através da utilização de recursos não-renováveis, principalmente. Com o passar dos anos, foi constatado que o ritmo de avanço tecnológico e industrial no mundo estava levando o planeta ao caos ambiental.
A partir daí, iniciou-se uma corrida em busca de ações que pudessem minimizar impactos, sem frear o desenvolvimento econômico. Hoje as iniciativas tanto privadas quanto públicas têm se preocupado cada vez mais com o desenvolvimento sustentável. Foram criados planos mundiais focados na diminuição de riscos socioambientais, como por exemplo as ESG (sigla do inglês que significa Ambiental, Social e Governança), e as ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável). Tais ações incluem políticas públicas voltadas ao incentivo à diminuição da utilização de recursos ambientais, gerar menos resíduos, utilizar menos energia e produção mais enxuta.

Uma das principais áreas que contribuem na promoção de processos positivos ambientalmente é a Bioeconomia. Trata-se da produção industrial introduzindo recursos biológicos em substituição a recursos fósseis e não-renováveis ou na melhoria de processos produtivos. Além da biologia, as práticas bioeconômicas estão atreladas à campos da tecnologia e inovação através de áreas como biotecnologia industrial, biologia sintética, nanotecnologia e bioinformática.
Alguns produtos já entraram no mercado há décadas e estão presentes no nosso dia-a-dia. São exemplos: plásticos biodegradáveis, biopesticidas, pigmentos, bioinsumos de forma geral, alimentos funcionais, e até biofármacos, fragrâncias e cosméticos. Dessa forma, segundo a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), é um mercado que movimenta cerca de 2 trilhões de euros e gera 22 milhões de empregos mundialmente.
Muitas pessoas acreditam que tais ações irão zerar problemas ambientais gerados pela industrialização, porém todo tipo de produção vai ter um impacto, tornando difícil produzir sem gerar resíduos, gastar energia e recursos. A bioeconomia visa minimizar esses impactos, encontrando maneiras de mitigar os impactos negativos para o meio ambiente através da melhoria e inovação de processos, uma vez que estamos constantemente em busca de equilíbrio.
Diante da grande biodiversidade brasileira, há um grande potencial de alavancar o crescimento bioeconômico no país. Dono da maior diversidade de fauna e flora do mundo, é importante explorar e, de fato, aproveitar essa qualidade em busca de práticas sustentáveis e que permeiam o desenvolvimento econômico.
Apesar de ser um assunto que necessita da atenção inclusive das autoridades políticas mundiais, muito pode ser implementado localmente, na sua cidade e comunidade. O que podemos fazer para elaborar iniciativas que ajudem o meu próprio ambiente e facilitem a minha vida? Através desse tipo de questionamento podemos chegar a soluções extraordinárias e que podem ser expandidas num contexto regional, estadual e assim por diante. Dessa forma, é importante o estímulo às iniciativas locais e o empreendedorismo ambiental e social. Através de ações de desenvolvimento local, podemos chegar a resultados mais rápidos e que trarão, aos poucos, benefícios econômicos mundiais.
E aí, vamos incentivar a produção sustentável?